sábado, 18 de dezembro de 2010

(de)linear

Não ter bem noção do que se veio instalar em nós é decididamente o que me aconteceu ontem.
Já alguma vez tiveram aquela sensação que o mundo acabara de cair aos vossos pés e que a solução muitas vezes nem é aquela que esperávamos? Fui suprimida para o mundo interior das alterações de regras nos vários minutos (até exagerados) de gritos insuportáveis. Nunca tinha visto a minha mãe tão transtornada com algo. Agarrou em mim com tal força que me ia sufocando de tanto amor. Mas eu não queria que parasse, não naquele momento tão demoníaco que me levou para fora deste mundo nas suas duas rodas desiguais e famintas de morte e desespero. Desta vez o monstro não marcou pontos, desta vez cresceu tanto que já não consigo alcançar o seu fim. Porque é que não diminuis e me acompanhas com boas maneiras? Nunca percebi bem a razão de ser tão fraca e ter deixado esta coisa sugar-me todas as forças e fazer de mim o que estou a ser agora. Eu nunca tive foi coragem de o suportar com ajuda. "Fazes tudo sozinha e deixas-te de parte e é este o resultado". Eu não queria, juro que não queria mas é tão mais poderoso que eu. Nem aquele intruso surpreendentemente benéfico me tem feito bem. Faz-me lembrar de como era bom ser quem era há uns tempos, quando me agarrava a um objectivo e percorria tudo até ele. Faz-me lembrar que só tenho 17anos e o mundo não acaba amanhã, que tenho muito suor para limpar. Mas do que é que isso me serve agora, que a minha cabeça está dominada por este gigantesco monstro e tudo o que parecia lógico e linear se tornou turvo e sem margem para manobras? E será que tenho força para cair em mim e expulsar isto que me rebaixou perante a minha própria consciência?
Tenho tanto medo. Por alguma razão tenho fugido do que me faz bem, do que me eleva e me suspende na melhor das minhas situações.
Alguma vez já tiraram um tempo das vossas vidas e questionaram o verdadeiro significado das coisas? Nunca o façam. Dói concluirmos que não há significado nenhum, que simplesmente acontecem porque têm de acontecer e foi isso que me tornou esta miúda (como ele gosta de me chamar) tão afundada em infinitos pesadelos, capazes de destruir confianças.
Afinal não estou bem, piorei até. Ainda bem que durante uns tempos não verão no que me tornei. Mas eu vou recuperar e desta vez é por mim, só por mim. Peço-vos umas semanas, ou até meses mas que me vão ter de corpo e alma, sem efeitos de todas aquelas cápsulas coagulantes do meu sorriso, isso vão. Ah, e mesmo que a jornada até ao meu Alaska tenha sido suspensa continuarei a programa-la com a esperança de uma boa idade redonda de oportunidades.

1 comentário:

  1. quando não encontrares uma saida, fecha os olhos. pensa bem, inspira-te. se mesmo assim a solução nao aparecer, volta a fechar os olhos, volta a inspirar-te. tudo passa, tudo tem solução.

    não te esqueças que tenho o telemovel sempre com som e que te adoro acima de tudo *

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