domingo, 13 de junho de 2010

teoria de sangue

Eram mais ou menos 18h45m e apeteceu-me ligar-te. Agarrei no telemóvel e lá primi o botão para que do outro lado se ouvisse aquele teu cumprimento, tão caracteristico. Também te apercebeste que falámos, falámos e falámos?
Menti-te. Depois de desligar, em vez de me debruçar sobre os números, fui vasculhar a minha caixa de recordações. Lá encontrei as nossas melhores fotos e um texto que te tinha escrito no principio deste ano 2010, mas que nunca tinha tido coragem para o publicar muito menos para to ler.

"É o último dia de férias, são 3 da tarde e tinha acabado de acordar. Ao olhar para o telemóvel, uma mensagem tua de 'Bom Dia' iluminava o ecrã. De repente, como que se de uma flecha se tratásse, sou perfurada pela certeza do dia, interrompendo o bocejo: já lá vão 14anos. 14anos? Que recordações me trouxe este 'Bom Dia', que recordações!
'Vocês hão-de casar!'- as vezes que a minha mãe repetia isto depois de uma brincadeira daquelas no pinhal, à procura de um tal de demónio. Ou então, no futebol humano em que tu insistias em ficar na minha equipa porque éramos (e somos) primos. Lembraste? E os passeios de bicicleta? E os dois peluches que guardo carinhosamente no meu quarto?
Como é que é possível sermos assim? Como é que é possível que, depois destes anos todos, a tua amizade ainda continue a ser inquestionável tornando-se das coisas mais sinceras que tenho? Profundo, não?
Inseparáveis desde sempre, inigualáveis.
Já me perguntei milhares de vezes de onde surge tanta amizade. Eu aposto na teoria de sangue e tu? Na teoria dos anos? Acho que também posso apostar que o facto de o teu conforto, seja físico ou não, o teu apoio incondicional nos momentos desesperantes e o teu sorriso harmonioso que se funde no meu cada vez que nos vimos, são uma mais valia neste tempo todo.
Podia sublinhar, destacar a outra cor, mas como tu me disseste uma vez, e mesmo que seja uma frase feita, 'não há palavras para isto que nos liga desde pequenos'. E não há mesmo!
Ainda bem que te tenho, ainda bem que te posso chamar sempre que precise daquela desnecessária adaptação."

Ganhei coragem e publiquei o texto. Devo ter sido atingida por ventos lá do Planeta Corajoso, porque por estes dias tenho tido esta força para dar e vender.
Não queres que me alongue, pois não?
ps- big*

1 comentário:

  1. relativamente a viagem na carrinha, sim estas incluida :p pensamos logo em ti para ir connosco, juro por deus :p

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