Desde que moro nesta casa que reparo num homem alto, cabelo descuidado, barba também ela de aspeto feio, deambulando na rua com o seu robe cinza a esconder um pijama gasto e sempre de cigarro na mão. Anda de um lado para o outro olhando o vazio e balbuciando, entre dentes, palavras que nunca entendi. Hoje, por mero acaso (ou não), olho para o seu quintal e encontro várias dálias cor-de-laranja. Sorri e pensei no quanto a vida é irónica.
Se um esquizofrénico tem dálias plantadas no seu quintal, porque é que uma dália não pode ter esquizofrénicos plantados no seu cérebro?
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