domingo, 7 de setembro de 2014

escrito às 3h30 da manhã do dia 07.09.2014

Só agora é que me apercebi do quão importantes são as relações na minha vida. Ok, sempre soube que eram muito importantes mas só hoje é que tive a certeza que eram 80% de mim e que não seguia em frente sem elas. Foi hoje, ao jantar com 5 das pessoas mais importantes da minha vida que senti o ser relacional que me caracteriza (a roçar o demasiado talvez). Já Christopher McCandless dizia que a felicidade só é verdadeira quando partilhada, e esta frase faz tanto sentido agora como da primeira vez que a li aos 15 anos. Só com quem eu gosto é que podia partilhar todo o bem-estar que me envolve (ou devia envolver). Devia envolver. Podia envolver. Tinha de envolver.
Ainda por cima apaixonei-me este verão (foda-se caralho, foi a primeira vez que o disse). Apaixonei-me por quem escrevi vezes sem conta mas que nunca tive vontade/coragem de publicar. E porquê? Porque era tão impossível há um ano atrás estar neste momento a desligar uma chamada de boa noite dele, que tinha pânico de nunca se vir a realizar. E foda-se, como é bom ouvir a voz dele corroer-me por dentro incessantemente! A voz, o cheiro, o toque, o olhar... numa fracção de segundos passaram-me pela pele todas as sensações que me provoca e todas as voltas que o meu estomago dá à procura de uma explicação para este sonho que não quero que acabe. Como já lhe disse montes de vezes.
Arrepios, montes deles.
Lutei por ele e o facto de agora me encontrar a seu lado só prova que nada é impossível (e que num ano o mundo gira e dá as voltas certas). Bolas, lutei mesmo por ele e por nós. Bolas mais uma vez, porque pelo meio esqueci-me da minha constante luta por mim. E é isso que me está a impedir de sentir a imensa alegria e satisfação que era suposto. Não o culpo a ele, longe de mim, até porque adoro estar apaixonada por ele e por nós (é a segunda vez que o admito, se ele me ouve é capaz de vir ter comigo), mas pelo meio deixei de me lembrar que mais importante que isso tudo é estar apaixonada por mim mesma. E por experiencia própria, essa merda é o mais importante de tudo.
Todo o processo (ele diz que eu sou a mulher dos processos) que tenho levado a cabo de há 3 anos para cá sumiu e é por querer aceitar que ele gosta de mim tal como sou e por ser quem sou, que preciso de tempo para mim. Chamem-lhe egoismo ou o que quiserem, mas não será por querer ser só feliz na plenitude da felicidade (se é que isso existe)? Ui, parece que já o estou a ouvir outra vez dizer-me por entre lençóis e conversa tardias que sou complexa.
Vou amanhã para Évora e já me dói o coração por deixar cá um dos melhores verões que me deram. Ele e quem ia ter comigo quase todas as semanas e tomava de assalto a casa de todo o mundo. Aquela casa tem ouvidos e olhos e memórias, mas se falasse queria ver quem hesitaria em querer desbravar todas as histórias que ali se vão dando.
Vou apaixonar-me por mim outra vez, porque só assim vou saber porque é que vocês veem aquilo que eu teimo em não ver e a razão de ele dizer que descobriu o seu mundo em mim. Eu descobri o nosso mundo e é lindo, e a razão do amor é não ter razão e, mais uma vez, foi do teu lado que eu aprendi isso. Agora só falta aprender que a razão de gostar de mim segue essa mesma linha mas de forma mais complexa, tal como eu.

Sem comentários:

Enviar um comentário