quinta-feira, 19 de setembro de 2013

os vintes

Foi preciso ler o texto magnifico de uma amiga e de rever todos os meus suspiros de apaixonada para deflagrar em mim vontade de escrever. Assusta-me pensar que só hoje senti o bichinho pois dizia-me dona e senhora da escrita com o maior egocentrismo do mundo e só de uma menina me tratava. É certo que ainda me considero uma menina de 20 anos que nem faz ideia do que é viver mas acho que já sei bem distinguir o real da fantasia. Uma certeza tenho, sou tudo menos dona e senhora da escrita. Já lá vai o tempo em que agarrava em palavras e as jogava de forma incessante à procura de explicações para o mundo cruel que era aquele em que vivia (pensava eu). Ok, tudo a seu tempo, cada macaco no seu galho, não desvalorizando cada uma das fases da vida até porque a minha adolescência foi muito vivida, intensa e foi o patamar mais importante até agora por onde passei. Deu para aprender que sexo é bom, por exemplo. Fui demasiado explicita? Se calhar, mas como se diz aqui no Alentejo "uma mulher não se quer de metade". Ou é ou não é, e com o tempo aprendi que estar calada em certas situações é de ouro, mas falar noutras é diamante.
Com isto tudo perdi o meu raciocínio por entre prazer e falta dele. Voltando à linha de inicio, uma coisa que pensei ter perdido em menina (a menina adolescente) foi a crença no amor. Mas que raio de ideia foi a minha? Desde quando se perde a crença numa coisa quando ainda não tivemos 100% dela? Eu amei, amei bastante até, mas amei principalmente a ideia de amar e não a essência de amar. Porque tanto o João como o Daniel, que serão sempre dois pontos importantes na minha vida (não sei se serei na deles mas isso não interessa para o caso), tiveram de mim o amor que acreditava na altura e que "supostamente" deixei de acreditar. Eu? Uma pessoa que ainda é um coração com pernas e que quase quase chorou quando a amiga (por entre linhas, claro) lhe confessou estar apaixonada? Desenganem-se e desengana-te tu Eunice que andas sempre disfarçada de Dália. Do João toda a gente sabe que foi o primeiro e que o amei (o que julgava ser amor) louca e desenfreadamente. Do Daniel sempre tentei esconder e dizer que foi pouco tempo para saber mas a Eunice de agora sabe que o amou, e se calhar de uma forma mais pura do que amou o João. Mas no amor não há comparações e eles nem merecem que os compare.O amor é o amor e é muito daquilo de e para que vivemos. E com 20 anos, acredito nele e que ele move montanhas tal como a amizade que só é verdadeira quando vem dos sítios certos em grandes quantidades. Ainda não sei o que é o amor de agora, o amor que já não é adolescente. Em tempos houve uma pessoa que me disse que nós sabemos quando é amor. Eu acho que é o amor que sabe quando somos nós porque querendo ou não, e clichés à parte, é ele que nos comanda.
Apaixonada não estou, mas este texto que surgiu de uma inspiração que estava adormecida há tempo de mais, surgiu com a certeza que o amor existe e a prova está em nós.

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