segunda-feira, 22 de outubro de 2012

uma lista inteira


Devia estar a fazer dois trabalhos mas estou sem vontade. Aliás, faltei à praxe nocturna para isso mesmo. Mas estou sem vontade. Está frio lá fora, o meu quarto é o cúmulo do gelo. Já disse que não tenho vontade nenhuma para trabalhos? Em contrapartida é a primeira vez que ganho vontade de escrever (a sério ou tentativa) no blog desde que cheguei a Évora. Se calhar é por estar ainda em fase de adaptação.
Ontem quando cá cheguei e me deitei (no árctico quase), não tinha sono e pus-me a divagar de phones aos ouvidos. Lá em baixo, os meus colegas de casa estavam num daqueles momentos de romance enroscados na manta, de balde de pipocas e com o pc a ver a ressaca2. Ainda me convidaram mas a minha paciência para fazer de vela neste momento é nenhuma. Aliás, depois de saber que filme estavam a ver subiu-me à cabeça o mesmo sentimento que me tem invadido nas noites de inverno, primavera, verão, outono e outra vez inverno, primavera, verão, outono e mais uma vez inverno, primavera, verão e agora outono, seja com sono à mistura, álcool nas veias ou erva nos pulmões. Mas nunca quis falar sobre isso e não tenho intenções. Depois penso nas várias coisas que já fazem parte do meu nome e que também evito falar. Porque está mais que provado que enquanto não se diz em voz alta é como se fosse irreal. Há tanta coisa que não falo em voz alta.
Na sexta de manhã acordei de uma bela e magnifica noite com duas mensagens que me deixaram a pensar ainda mais neste meu problema. Eram de duas pessoas que me conhecem à pouco mais de um mês e que, tal como eu, estão no curso certo. Uma delas é a minha madrinha. É das pessoas mais frias que eu conheci até hoje. Grita que se desunha nas praxes e é incapaz de admitir que esteve comovida na noite em que a escolhi. A mensagem era simples, só que ainda não me ocorre o porquê daquelas palavras. Será que falei mais do que devia com ela? Também está comprovado que é muito mais fácil falar com desconhecidos sobre os nossos problemas do que com quem nos é mais chegado. “(…) sabes que o coração continua a funcionar depois da cabeça parar (…)”. Será que lhe falei do que não posso falar? A outra foi da minha linda siamesa (é tão estranho como criamos laços tão rapidamente) que passou a noite a chorar pelo ex-namorado “ele vai ter comigo no sábado. Nunca desistas do amor”. Só podem estar a brincar! Devo ter mesmo passado a noite a vomitar informação, sentimentos e ideias. Respondi às duas o mesmo “o amor é que desistiu de mim”.
Continuo sem vontade para trabalhos, deixei de ter jeito para o blog, estou gelada, tenho saudades da minha mãe e da minha irmã e do meu pai e da Juliana e da Mafalda e do Rodrigo e da Pidoxa e da Flávia e da Inês e da Jéssica e da Daniela e da Marta e da PP e do Telmo no 32(só aí) e do Kurty e do mar e da minha prima Ana e da minha tia Edite e da minha avó e do chill e da gare de Leiria e dos cigarros com a Neto e do Pedrogão e do Verão e da minha patroa e da minha lareira e do professor Fernando Gameiro e das visitas de estudo e do S.Marco e de conduzir e de ir ter com a minha mãe ao Atrium e de ouvir música no máximo e de chorar na minha cama e de ter aulas às 8h30 e de apanhar o autocarro para Pernelhas às 13h30 e às 14h30 para a Marinha Grande e do amor.
São muitas saudades e pouca vontade.
Epistemologia e Seminário, agora é a vossa vez.

1 comentário:

  1. mas q grande (literalmente) e fantástico texto. também tinha saudades de te ler.

    ResponderEliminar