armadilhado

Porque tu sabes sempre que te espera algo. Bom ou mau, e por muito pouco que seja, sabes. Tens aquela intuição que qualquer ser humano tem.
É como aquela vez em que decidi escolher humanidades. Sabia que muito mudaria quando entrasse naquela porta, naquela espécie de anfiteatro. Grande parte do meu coração. Ou então quando fui ver um filme sem interesse e me apaixonei a sério pela primeira vez. O filme não era o indicado mas eu sabia que sairia de lá com mais uma peça. Ou mesmo quando optei por ir aquela noite a uma festa que à primeira vista não me dava nada, mas a intuição fazia força para eu ir. Lá está, mudou tudo e no fundo eu sabia. E agora que penso no assunto, foi a intuição que me pediu para mudar ainda mais. Ser por mim, fazer por mim, refazer por mim. Bendita sejas nos momentos de aflição!
Não há intuição desta vez, não faço ideia o que se passará para a semana, o que este ano me reservará. De um lado tenho as minhas princesas longe, a minha razão lá longe também, um pensamento que me chateia (ai dele que não se vá embora entretanto), uma casa a transbordar de problemas, um monstro a querer saltar cá para fora, uma responsabilidade acrescida e novamente aquela escola, com aquelas portas, ouvidos e boca.
São milhares de bombas à espera que a intuição apareça. Eu sou exigente por natureza, ainda mais com os outros. Espero sempre mais do que aquilo que posso receber. É por isso que vou deixar as bombas rebentarem. Não há-de ser catástrofe nenhuma. Posso passar por isto, porque foi isso que a intuição me fez aprender.