segunda-feira, 11 de julho de 2011

"a consequência do acto torna-te refém"

É um sentimento de raiva. E de tristeza. Não só perder o meu braço direito como o meu melhor amigo. Do lado de fora foste tu quem me perdeu, mas aqui o digo que fui eu que não te consegui prender.
Desisti de chorar no momento em que te dei a estrela que arranquei freneticamente da minha pulseira. Uma cena mesmo à filme mas como alguém me disse no sábado, depois de uma noite tão amarga, 'a tua vida é uma longa metragem, só que ainda ninguém teve a capacidade de ser o co-protagonista nisto contigo. sempre pensei que fosse este que te conhecia de trás para a frente mas afinal quis juntar-se aos vilões e não ter a melhor pessoa do lado dele'. Quando comecei a tentar destruir aquela bujiganga não me tinha sequer passado pela cabeça conseguir arrancar uma peça. Agora que penso bem, a minha força reflectiu-se perfeitamente naquele momento: arranquei-a, olhei para trás, instintivamente chamei por ti, aproximei-me e com uma gargalhada nervosa dou-te a estrela e explico que podia ter arrancado o coração ou a palavra 'love' mas que o amor nestas coisas não serve de nada. Olhei para ti e jorrei uma imensidão de lágrimas porque já não as aguentava. Fugi dali depois do pior abraço do mundo e jurei que nunca mais iria chorar, nunca mais. Até agora. A dança maluca da água a escorrer pela minha cara teve de cometer a sua loucura e bolas, como me apetecia saltar para cima de ti agorinha mesmo. Fui forte e deveras corajosa porque acabei com o melhor presente que me poderia ter acontecido mas que podia ter reservado para mim um futuro no fosso. Fi-lo por mim. Por mim e pela gigantesca ligação que criei contigo depois daquele destino que nos juntou na mesma sala.
E gosto de ti, é o que me chega por agora. Não me interessa se o teu passado continua presente mesmo que eu tenha conseguido pôr o meu para bem longe. Não me interessa que estejas dividido mesmo que eu tenha a certeza que és tu quem me faz sentir desejada e totalmente entregue. E não me interessa que transpareças indiferença e frieza cada vez que falas comigo mesmo que eu seja a sensibilidade em pessoa e te diga olhos nos olhos que me apaixonei por ti no momento em que te sentaste à mesa com os meus melhores amigos e nunca mais te calaste. Porque eu sei quanto vales. Cá dentro eu sei mas é dificil lutar contra uma coisa que insiste em sugar-te cada passo teu até mim.
Eu sei que passa, tudo na vida passa e foste tu quem me ensinou isso.

1 comentário:

  1. podemos continuar a amar uma pessoa sem a ter ao nosso lado e sem sofrer com isso, podemos mesmo. podemos tudo. encontra o teu conceito e verás que afinal, estes textos longos são apenas uma pequena parte da tua vida porque unindo tudo o resto... és muito feliz*

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