segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

e se não fosse tão exigente?

Adormeci com o teu cheiro em mim e a tua respiração ao ouvido. O meu coração ainda não se controlou e a minha pele continua arrepiada ao som desta música que insiste em estar em modo 'repete'. Pela minha cabeça só passa a imagem dos teus olhos a brilhar e foda-se, a alegria que senti em ver a tua alegria a emanar de ti por todos os poros faz-me agora tão mal! Só agora é que me apercebi das palavras que disse na madrugada de sábado àquele que eternamente terá uma paixão por mim, a meio de uns tantos beijos recusados. Perguntou-me se ainda gostava de ti. Sem pensar duas vezes, olhei-o nos olhos e disse 'muito mais do que alguém possa imaginar'! Digo para mim um milhão de vezes 'são as saudades, nada mais. descontrai e abraça o racional porque o emocional tem controlado tudo demasiado.'
E aqui estou eu, a tentar equacionar o porquê da vida humana e da mente tão confusa. Pensa Dália, pois daqui a uns tempos não verás mais senão resoluções para todos os teus problemas.
Eu sei que as probabilidades são poucas e que as eventualidades nem se contam. Mas para quê bater outra vez com a cabeça? É que nunca pensei sequer em fazer referência a cenas que julgava resolvidas. Sei lá, gosto de ter controlo sobre tudo mas nada em exagero. E sinceramente, pensava que estava tudo controlado à sua maneira: nem muito vivo nem muito morto, assim no meio termo como prefiro. E se eu fui acordar a besta que julgava adormecida? E se a estou a alimentar e saciar a um ritmo tal que não me aguento de tanta mestria que impera do meu subconsciente? Lembro-me todos os dias de como tudo se tornou desta forma: uma doideira a meio de outra doideira que primeiro me invadiu a mim e depois de uma evasão cega, se apoderou descontroladamente da minha mãe, do meu pai, da minha pita, dos meus primos, das minhas lindas e do único capaz de me sugar as forças ao ponto de me deixar com a felicidade entristecida.
Mas quais eram as probabilidades? Aquela maneira sofrida que só atinge os mais fracos. Não o desejo a ninguém.
Faz-me lembrar a viagem do verão passado para Manta Rota e para umas férias das próprias férias. De um lado o coração posto numa tal de Albergaria e do outro a promessa de um calor infernal. Como se pode constatar nem Albergaria nem calor! Nunca acreditei em sorte, sou mais uma seguidora do azar. Não temos sorte na vida, o que temos de vez em quando é uma borracha sobre o azar.
E aqui estou eu a devanear em recaídas, em dúvidas e em vergonhas.
Voltei a acordar todas as noites às 4h, agarrada a um monte de gritos silenciados por um choro amargo. Podia ficar para sempre neste vício que nunca mais me iria levantar.
O mundo é cruel com umas pitadas de açúcar só para disfarçar a acidez do que corrói o corpo.

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