esta é para quem duvidou

Pode-se se dizer que estou bem. Não tenho sido atacada nem pelo monstro nem por pensamentos insignificantes.
Eu bem que pedi puta de uma entrada e aqui está: mudar a minha vida para o bem de toda a gente.
Ontem dei por mim a calcular as vezes que penso em como podia ser bom se ses não existissem e uns talvez não travassem essa quimera que gostava que fossem os meus dias por mais irreais que se tornassem. Pensamentos bastante assassinos. Agora dou por mim a não pensar, simplesmente. Deixo de parte tudo e foco-me em nada. É reconfortante acreditem, e o nada é para mim um tudo já por si. Eu só tinha de limar umas arestas na minha vida, virar páginas, fechar capítulos e dar rumo a outros objectivos que se tornarão essenciais para todo este processo de mudança.
Estou a aprender saxofone. Nunca me imaginei a tocar sequer naquela coisa de um dourado reluzente mas a sensação dos dedos comandarem todo um sopro de som intenso faz-me implorar por mais aulas que passam em 3segundos aos meus olhos. Depois é o ginásio que me vai fazer transpirar e aliviar esta corrente de stress que passa tanto por mim como por quem me rodeia. E a yoga que tenho a certeza que me levará para além do impensável e deliciar-me-á com aqueles tons melódicos de harmonia e paz. Estar totalmente solteira também foi a viragem total deste ano. Aquela sensação de liberdade sem o toc-toc das mensagens ou o trim-trim dos telefonemas deixa-me no meu pensamento do nada. E claro, quando no teu círculo de amigos és a única que detém este poder de dizer com toda a força 'eu? eu estou comigo mesma' a tua segurança parece que surge lá de não sei de onde, nas terras de não sei quem. São tudo motivos para fazer aquilo que prometi quando estava envolvida em substâncias ilegais! Deixar de lado o tudo e começar do nada.
Para o mês que vem vou entrar na maioridade e tenho de estabelecer um ponto onde me apoiar e de certeza que não se encontra lá atrás.
Uma coisa que aprendi foi a forma como fazer a síntese de tudo o que me acontece e mostrar como isso não aparece por acaso. Por alguma coisa vou ter uma jornada até ao (meu) Alaska com ou sem o tudo, por alguma coisa já nem olho para o que me vai fazendo duvidar das minhas capacidades como pessoa. Aprendi também que nunca se esquece, arruma-se lá no canto. E não se deve esquecer por mais sofrimento que nos cause. Fez parte de nós e do que fomos e lá está, aprendemos sempre sempre sempre. Aprendi que afinal a vida não é um mar de rosas e que afinal estamos num mundo cheio de más pessoas e terríveis carácteres mas enquanto eu não esquecer aquilo que me faz estar hoje um pouco melhor, nunca me tornarei parte integrante desse doentio mundo. Como é óbvio nunca vou esquecer o tudo que foram os tempos doces, amargos, saborosos e detestáveis. Mas também como é óbvio só tenho um quinto de vida que vou ter pela frente, portanto take your time and open your eyes!
E não, não consigo gostar mais daquela suposta força e apoio porque, de repente, encheu a minha cabeça de mil preocupações desnecessárias. Não, não consigo voltar àquele grosso e desesperante problema que me engoliu no 10ºano pois fez de mim parte de uma pequena crosta e por último não, não sei explicar mas aquela coisa que me fez ver o que é o amor verdadeiro, o primeiro em tudo, o que me fez sentir o que é chorar de tanto gostar, foi-se na sua ida a 3 e eu nem dei conta.
Um suspiro e sim, a vida pode ser uma valente merda mas a prova que tudo só o é assim porque o fizemos assim é o simples facto dos meus lábios se encontrarem colados àquela boquilha, com uma palheta nº3 de onde sai um conjunto de notas ao grande estilo do jazz.
ps- hoje dormi uma sesta, acordei ao som da voz inconfundível de Eddie Vedder dando-me uma incrível inspiração para escrever aqui. E viva a filosofia!