sábado, 20 de novembro de 2010

(e)leva(-me) #5

Acordei agarrada a gritos e a suores intermináveis. Será que vai ser sempre assim? Estou outra vez revestida de medo.
Na quinta-feira cheguei à conclusão que antes estava feliz comigo mas triste pelos que me rodeavam e pediam que a Dália voltasse à sua figura de mulher; agora estou triste comigo (muito mais do que possam imaginar) e feliz por aqueles que me olham nos olhos e me confessam que agora estou a menina que conheceram, a menina com a sua cor rosada e as suas curvas delineadas.
E se agora revelasse que não gosto nada de ser assim? Eu sei que me sufocariam em milhares de reprimendas mas ainda não tenho o mínimo controlo sobre os meus pensamentos deploráveis.
Não peço que me compreendam, não peço que me suportem, não peço que me amparem. Não peço nada, só o mesmo abraço quente.
A minha dificuldade em lutar contra este monstro andava escondida numa raiva e vingança por uma pessoa que se calhar nem merece os meus berros repetitivos. Sou um ser muito mais fraco do que imaginava e estou mesmo doente. Não tenho o mais pequeno controlo sobre as minhas poucas forças!
E se agora revelasse que o tenho feito só por vocês? Pelos meus pais, pela minha pita, pela minha família, pelas minhas meninas e por aquele ser estranho e repugnante que tem insistido em assolar-me o coração e as entranhas com dúvidas sem razão de ser e memórias de um olhar que me desenhava da maneira mais sincera.
Quero voltar aos dias mais felizes até agora; 1, 2, 3, 4 e 5 de Julho, diz-vos alguma coisa?
Preciso ainda mais de ajuda para lutar contra este monstro que agora está gigante, do tamanho do universo!

Dália- 2
Monstro- 10

Acordei agarrada a gritos e a suores intermináveis, e com 'gosto do teu sorrir, é bonito e sincero'. Será que vai ser sempre assim? Estou outra vez revestida de medo por mim e por aquela repentina e inesperada compreensão que me veio invadir este coração ainda com dono.
E se agora revelasse que afinal não quero pertencer a este mundo que anda virado de pernas para o ar e me tem pendurada por uma corda gasta pelo tempo? Quero fugir e não voltar.

3 comentários:

  1. n li mais a partir do paragrafo onde dzs q só o fizeste por nós. nem quero

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  2. ensina o teu corpo a gostar de ti. "tu nao és o carro que conduzes, a roupa que vestes, o corpo que tens". por mais que aches que dói não gostar do que se passou contigo e com o teu corpo, ensina a tua cabeça a dizer que só agora está tudo bem. suporta-te na força dos que, da forma mais sincera possivel, te explicam que estás de facto linda. nao sei dália, faz força por ti e por mil e pensa no mundo que está lá fora à tua espera e que não se vai preocupar se isso te dói quando quiserem fazer do teu corpo tema de conversa. pensa na força que tens e que te dão todos os dias, pensa em como és linda, deslumbrante, única. por favor, por favor.

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