sábado, 16 de outubro de 2010

(e)leva(-me) #1

Queria gritar e não conseguia, transpirava por tudo o que era pele mas o frio não me deixava um segundo em paz. Tinha o meu coração a pulsação zero, as pontas dos dedos trémulas agarravam os fios castanhos que se desprendiam constantemente desta mão-cheia de cabelos. E o grito não saia, e o grito persistia, e a vontade apelava a soluções. Os ossos continuam assustadores? Monstro! Acho que ainda me estou a tentar perceber. Não passa de uma suposição até porque tenho vergonha de mim. E medo, muito. Até mais que há umas semanas, muito mais.
Continuava a querer gritar! Não podia, continuo a não poder, não há forças para isso e nem me tinha apercebido.
Pálida, olheiras, monstro pela segunda vez! Raiva, ódio, cega, egoísta, culpada e assassina!
Uma volta pela consciência poderá resolver o assunto. Mas qual assunto? Isto já é uma batalha contra as proeminências da vida levada a cabo pelo coração, que tenho vindo a seguir afincadamente! Agora sim, devo ser assassina e disparar contra este monstro pálido feito de ossos que me engoliu de repente na sua pura insanidade mental.
Não me deixas ter controlo sobre a situação, sabias? E a ansiedade que me provocas? E a obsessão? Monstro!

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