quinta-feira, 18 de junho de 2009

com o mesmo arrepio

Será que quando me dás a mão sentes o arrepio intenso que eu teimo em sentir? Será que depois de tanto tempo sozinhos, nas mais profundas liturgias, consigas reparar no que nos, de repente, aconteceu? Será que quando olhas para mim daquela maneira misteriosamente feliz queres aprovar o que verdadeiramente sentimos? E será que me queres dar a tão esperada resposta agora, neste momento a que posso chamar de certo e único? Será? Escrevo nas entrelinhas que o meu desejo se transformou numa simples pegada e que rebeldemente se desvaneceu; que tu, por fim, te tenhas tornado num infinito de razões para que tenha de desistir de tudo o que me fez tornar até agora feliz!
Olho lá para fora, para as folhas que voam ao sabor leve do vento e sem me aperceber das intenções vejo-te a partir, deixando-me com o mesmo arrepio de quando me davas a mão e dizias devagar e pausadamente o quanto gostavas exageradamente de mim.
Gerou-se a confusão delicada na minha mente e sem saber o porquê sorriste a última vez com ar perturbado. Em vez de chorar a tua partida simplesmente sorri com a certeza do até já permanente, com o mesmo arrepio.

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